terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Senha da Vida

Emanuel, rico, não por acaso. Era uma pessoa que sabia lidar com dinheiro. Isso quer dizer que quando o dinheiro chegava na mão dele, esse dinheiro multiplicava. Ah, e não posso esquecer de dizer que era uma pessoa honesta, pois hoje é difícil ver uma pessoas dessas com dignidade. Pois então, Emanuel era casado com uma mulher MARAVILHOSA, FASCINANTE, por onde passava deixava vários queixos caídos, também pudera, com aquele maravilhoso decote, qualquer coisa que acontecesse em volta seria apenas uma coisa meramente coadjuvante. Emanuel lhe dava de tudo, pois amava realmente aquela mulher, vivia dizendo que não era por causa de sua beleza, ele realmente a amava, e como a amava! Ia me esquecendo de dizer seu nome... Patrícia. Para mim, um nome fatal. E para Patrícia, como eram as coisas?
Patrícia gostava de Emanuel, quer dizer, da situação que Emanuel lhe causava. Iam aos melhores lugares, às melhores casas noturnas, melhores bares etc. Era uma comodidade só para Patrícia, que com o tempo foi desgostando de Emanuel, mas não de seus confortos, que Emanuel mesmo com problemas financeiros que abalavam seus negócios (essa coisa de economia nem mesmo Emanuel conseguia lidar com destreza, pois quando há uma crise, em algumas situações não há nada que se possa fazer), tentava dar a Patrícia. Com o tempo Patrícia arrumou um amante, que não tinha as mesmas posses de Emanuel, mas que conseguia lhe dar certo conforto. Enfim, Patrícia decidiu que o fim de seu amado seria uma boa, tanto para ela quanto para seu amante. Patrícia então elaborou um plano com maestria.
Noite chuvosa, Emanuel não conseguia enxergar um palmo a sua frente de volta do trabalho. Dois carros o cercam meio a madrugada, mas com a pista escorregadia um deles bate no lado direito do carro de Emanuel. Quatro homens descem dos carros como leopardos em busca de uma lebre. Carregam Emanuel desacordado de seu carro e o colocam em um dos carros e saem pela madrugada à fora sem deixar pistas. Dias de angústia para a família de Emanuel, que não sabia o que poderia ter acontecido, afinal Emanuel não tinha inimigos.
Quarto escuro, em qualquer lugar, apenas um colchão e um vaso sanitário. Ele não sabia aonde estava. Eu digo ele, pois ele nem mesmo conseguia lembrar quem era. Emanuel com a batida do carro havia perdido a memória. Mas sabe como é cabeça de sequestrador? Nem eu. Eles queriam levar Emanuel para algum caixa eletrônico e assim conseguir uma grana extra por fora. Acontece que se Emanuel não conseguia ao menos lembrar seu nome, imagine uma senha de banco com seis dígitos. Os sequestradores indignados e sem mais nada a perder, pois só até ali já haviam conseguido R$10,000 pelo relógio de Emanuel, resolveram lhe dar um triste fim. A chuva de ontem ainda molhava os telhados da favela ao lado daquele terreno abandonado. E cada gota de chuva era a última gota de chuva para Emanuel, que já não suplicava mais por sua vida, mesmo sem saber por qual vida. Foi assim o triste fim de Emanuel, sem saber quem era.
Feliz era Patrícia que havia herdado a herança de seu gentil marido, que acabou não durando muito tempo em suas mãos. Mas sabe como é cabeça de mulher? Nem eu. Patrícia abandonou seu antigo amante, o qual misteriosamente morreu com alguma coisa misturada no conhaque.

Um comentário:

Elly | S.alamandrine. disse...

Patricia mercenária.
eu sei como é a cabeça de uma mulher, mas as vezes acho que tem muito disso que é lenda.
ou talvez eu seja um homem e nem saiba.


IAUHAIUHAUA.
confusão nos nomes, hein?