Ele não tinha mais nada a perder. A não ser aquele tênis molhado, que enquanto andava tentava segurar com os próprios dedos do pé, em uma tentativar de não perder a única coisa que lhe restava. Lembranças. Ele era como seu pai, tinha apego a coisas materiais, coisas que lembravam o passado, alguém ou algum momento, deve existir um nome para isso. Caminhava também com medo das gotas de chuva, como se cada uma delas fosse o mundo caindo em sua cabeça. Ele só pensava em mudar o mundo, via as coisas de um modo diferente dos outros, não queria saber de realização própria, ver os outros felizes era o suficiente. Um erro. E ele sabia disso. E é por causa disso que ele agora sentia mais do que nunca o mundo em suas costas. Adormeceu ali mesmo, na calçada, na noite fria no centro de São Paulo, sem saber como seria o amanhã. Acordou renovado, e foi tentar de novo o que parecia impossível. Reconquistar o mundo.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
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Um comentário:
parecia impossivel, mas de fato, não é.
=)
eu gosto das citações (sempre) das sensações, dos pingos de chuva. Sabe? acho que são detalhes que fazem toda a diferença.... bom, nefim. Hahaha
voce tá ótimo, cada dia que eu entro aqui tenho novos sorrisos =)
um beijo
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